Tarcísio
“enterra” o bolsonarismo
Professor
Nazareno*
Tarcísio
de Freitas é um político carioca, mas no momento governa o Estado de São Paulo.
É atualmente um cidadão da extrema-direita reacionária e bolsonarista de
carteirinha. Talvez por isso, seus métodos e suas falas parecem ser iguais ao
de seu guru, o “Mito” Jair Bolsonaro, ex-presidente que
está inelegível e que recentemente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal
a mais de 27 anos de cadeia por tentativa de golpe de Estado. Todos os seus
asseclas e cúmplices na fracassada empreitada também foram condenados e todos
devem, antes do final do ano, serem presos. Durante a pandemia da Covid-19, o
ex-presidente debochou dos milhares de mortos pela doença, imitou pessoas com
falta de ar e disse a icônica frase: “eu não sou coveiro” quando
um seu seguidor falou que os mortos pela doença já estavam superando os números
da China.
Com
o seu negacionismo inconsequente e leviano, Bolsonaro pode ter sido o maior responsável
pela propagação da doença em nosso país e também pela morte de mais de 700 mil
cidadãos brasileiros ao negar a compra da vacina. Até agora, nada pagou por
esta tragédia anunciada. E pior: deixou seguidores. Com o problema da
intoxicação pelo Metanol no Brasil de 2025, principalmente na cidade de São
Paulo, onde mais de 15 mortes já foram registradas, Tarcísio de Freiras, o
insensível governador bolsonarista, deu uma entrevista e disse a seguinte
monstruosidade: “no dia em que começarem a falsificar a Coca-Cola eu
vou me preocupar”. Ou seja, ele não está preocupado com os, até
agora, 15 mortos e mais de 200 intoxicados. Tarcísio de Freitas quer se
candidatar à Presidência da República usando os mesmos métodos do
ex-presidente, já derrotado no voto em 2022.
Cansados
da polarização na política, os eleitores brasileiros, de um modo geral,
derrotaram Jair Bolsonaro nas urnas e esperam, a partir disso, que os futuros
governantes fiquem longe da maléfica dicotomia ideológica direita X esquerda e
governem para o bem de todos. Jair Bolsonaro não perdeu para o Lula em 2022.
Ele perdeu para ele mesmo. Perdeu para a sua arrogância e para a
insensibilidade que demonstrou com os governados. Condenado, dificilmente será
preso e encarcerado. Hoje ele está em prisão domiciliar gozando de todos os
privilégios em sua mansão com direito a todo o conforto que um ex-presidente
pode usufruir. E ainda se fala que ele estaria sendo torturado. Só que essa “tortura” permite
que ele tenha ar-condicionado até nos banheiros, banhos de piscina, segurança
armada, comidas no iFood, televisão com mil canais e até colchão
ortopédico.
A
monstruosidade da fala do governador de São Paulo sobre os mortos pelo uso do
Metanol pode ter dado o tiro de misericórdia no bolsonarismo mau,
arrogante e negacionista, assim como a possível aproximação dos presidentes
Donald Trump e Lula em recente telefonema entre os dois mandatários. O
excelente discurso do presidente do Brasil na última abertura da Assembleia
Geral da ONU parece que também jogou um balde de água fria nas pretensões da
extrema-direita reacionária em governar o Brasil pelos próximos quatro anos.
Isso para não falar na aprovação na Câmara dos Deputados da PEC da Blindagem
também jocosamente conhecida como a PEC da Bandidagem, em que a
extrema-direita, com a ajuda de 12 votos de parlamentares petistas, votou em
massa para aprovar a excrescência política. Meio milhão saíram às ruas e
enterraram qualquer manobra. O Brasil não vai para a esquerda como muitos
pensam. Só quer ética.
*Foi Professor em Porto
Velho.