sábado, 22 de novembro de 2025

Covardia de quem mesmo?

Covardia de quem mesmo?


Professor Nazareno*


Covardia foi ter dito que não era coveiro quando inocentes estavam morrendo de Covid.

Covardia foi dizer “e daí?” quando as pessoas estavam morrendo contaminadas na Covid.

Covardia foi ter receitado cloroquina e outros remédios inúteis para a Covid.

Covardia foi imitar pessoas morrendo de Covid.

Covardia foi não ter trazido vacina a tempo para salvar tantas pessoas.

Covardia foi dizer que a Covid era só uma gripezinha.

Covardia foi a rachadinha e as joias da Arábia Saudita.

Covardia foi a compra de 51 imóveis em dinheiro vivo.

Covardia foi deixar os Yanomamis morrerem à própria sorte.

Covardia foi deixar contaminar o rio Madeira com Mercúrio.

Covardia foi deixar incendiar a Amazônia.

Covardia foi lutar nos Estados Unidos para prejudicar o Brasil.

Covardia foi lutar pelas tarifas dos Estados Unidos contra o Brasil e os brasileiros.

Covardia foi tentar acabar com a nossa DEMOCRACIA.

Covardia foi tentar dar um golpe de Estado.

Covardia foi colocar a PRF para impedir que eleitores fossem votar no Nordeste.

Covardia foi deixar Manaus sem oxigênio em plena pandemia.

Covardia foi retardar ao máximo possível as vacinas contra a Covid.

Covardia foi incentivar as pessoas a saírem, sem suas máscaras, para as ruas para se contaminarem.

Covardia foi a denúncia falsa contra as urnas eletrônicas sem ter provas.

Covardia foi se reunir com diplomatas estrangeiros para falar mal do sistema eleitoral do próprio país. Sistema esse que o elegeu nove vezes. Elegeu ele, os filhos deles e todos os seus correligionários políticos ainda no primeiro turno das eleições de 2022.

Covardia foi criar uma crise institucional com o STF.

Covardia foi dizer que era a favor da tortura.

Covardia foi ter enaltecido publicamente um ditador já condenado pela Justiça, o Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Jair Bolsonaro teve todo o direito de se defender. Teve advogados bons e caros. Teve todo o direito ao contraditório. Mas o STF, democraticamente e num colegiado de juízes, não acatou a sua defesa. Por isso, ele vai ter que cumprir os 27 anos e 3 meses de cadeia. Mas como estamos no Brasil, talvez o desgraçado não fique nem os três meses preso. É a LEI do RETORNO. Aqui se faz aqui se paga, Wagner! O melhor presidente que o Brasil já teve, só que é o único responsável direito pela morte de mais de 710 mil brasileiros durante a pandemia. Muitas dessas mortes poderiam e DEVERIAM ter sido evitadas. Agora, ele já é um presidiário.

 

O CHORO É LIVRE!

BOLSONARO NUNCA MAIS!

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

A COP 30 aqui em Porto Velho?

A COP 30 aqui em Porto Velho?

 

Professor Nazareno*

 

            A COP 30, a Conferência anual do clima da ONU, está sendo realizada em Belém do Pará. Na reta final dos debates, esse encontro tem dado o que falar. E o motivo não é só por conta do clima. Muito antes das discussões começarem, Belém foi notícia negativa no mundo inteiro por causa dos altos preços cobrados pelos hotéis paraenses. Várias delegações internacionais ameaçaram boicotar o encontro por causa do valor abusivo das hospedagens. “Um roubo, um desrespeito, um acinte, uma total falta de lógica e de ética”, disse um diplomata estrangeiro, que completou: “se pelo menos tivessem qualidade essas acomodações...”. Agora, o atual chanceler alemão Friedrich Merz fez declarações pouco amistosas sobre Belém. “É muito bom estarmos de volta ao nosso belo país”, disse ele. “E todos nós estamos muito felizes em ter saído daquele lugar”, finalizou o mandatário.

            As palavras podem até ter sido duras, principalmente quando vindas de um líder mundial. Ele se comportou como um Bolsonaro em sua melhor fase. Só que a Alemanha é hoje a terceira maior potência econômica do mundo e doa muitos dólares à Amazônia. Acusado de xenofobia, de falta de educação, colonialismo e de outros adjetivos pouco publicáveis, Merz infelizmente não mentiu. A cidade de Belém é uma desgraça só! Governada há mais de meio século pela família Barbalho, aliada de Lula e do PT, o lugar é um dos piores do Brasil em saneamento básico e em água tratada. Está à frente de Porto Velho, a pior dentre todas elas. Belém é a 22ª capital do país em IDH. Assim como Porto Velho, a capital dos paraenses é também um esgoto a céu aberto. Caos: com quase 1,5 milhão de habitantes, ela tem cerca de 56 por cento de sua população vivendo em favelas.

            Por terem se hospedado em Belém, Friedrich Merz e os alemães “pegaram foi um boi com chifre e tudo”. Já pensou se a COP 30 tivesse sido realizada em Porto Velho? Dessas duas capitais, não se sabe qual delas tem mais ratos, urubus e sujeiras expostas nas suas ruas. Belém e Porto Velho são irmãs gêmeas quando o assunto é sujeira, lixo, lodo e caos urbano. Ficar irritado com as desastrosas palavras do chanceler alemão terá sido em vão se mudanças não forem feitas em Belém. O incômodo não está na frase dita pelo chanceler. Está no que ela representa para Belém e para o Brasil. Conheço Berlim muito bem e sei que é uma injustiça tentar comparar as duas cidades. Já comparar Berlim com Porto Velho nem pensar. Já pensou se Merz e sua delegação se hospedassem em um barco no rio Madeira e tivessem que subir aquele barranco sujo, escorregadio e imundo?

            Acho que os paraenses foram conscientes e não ofereceram tacacá e outras iguarias ao líder alemão. Sabe-se que estas coisas são feitas com água pouco tratada, igual à que a maioria dos porto-velhenses bebe aqui: metade é água, a outra metade é bosta. Os alemães foram muito exigentes e até mal-educados, mas foram verdadeiros. Só que são verdades que não se deviam dizer. O povo do Pará é um povo bom, ordeiro, simpático, acolhedor e pacífico e não tem nenhuma culpa pelas mazelas que suas autoridades lhes impõem. Assim como em Porto Velho. O povo daqui é também um povo receptivo, bom, cordial. Mas a capital dos rondonienses nunca sediará nada se continuar sendo essa “currutela fedida” que sempre foi. E o cidadão daqui também quase não tem culpa. Por que as autoridades nada fazem para melhorar suas cidades? Belém pode ter ficado de fora da Copa de 2014 por isso. A verdade dói, mas precisa ser encarada como um ensinamento!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

domingo, 16 de novembro de 2025

Rondônia? Só com passaporte!

Rondônia? Só com passaporte!

 

Professor Nazareno*

 

            O artigo 1° da Constituição Federal de 1988 diz que o Brasil é uma República Federativa formada pela união indissolúvel dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Porém, ultimamente, têm-se observado certas opiniões contra este dispositivo constitucional. Algumas autoridades de Santa Catarina (Saint Kataraina, em Inglês) têm-se insurgido contra a lei maior do país e proclamado publicamente que não seria todo e qualquer brasileiro a ter direito de entrar naquela “próspera e desenvolvida” unidade da federação. Muitas autoridades da extrema-direita principalmente já falam abertamente que o Brasil tinha que ser divido entre Norte e Sul. As áreas mais quentes e tropicais do novo país ficariam politicamente mais à esquerda enquanto o “Sul Maravilha” tenderia a ser um reduto só da direita e da extrema-direita reacionárias. Brasil do Norte e o do Sul.

            E eis que essa patológica sanha de uma absurda secessão nacional chega às terras de Rondon. Estado híbrido politicamente, confuso na sua formação social e composto por mais de 90 por cento de pessoas pobres e miseráveis, Rondônia não sabe ainda a que parte do “novo país” pertenceria com esta fictícia divisão nacional. Apesar da extrema-miséria da maioria de seu povo, a confusa, longe e distante unidade da federação tem grande parte de sua miserável população militando politicamente nos quadros da extrema-direita conservadora. Pobres de direita, muitos se orgulham! Em Porto Velho, a suja e fedorenta capital estadual, já há discussões sobre a permanência e a sobrevivência dos muitos pobres que tiveram a suprema infelicidade de escolheram lugar tão ermo para viver. A “limpeza e o higienismo social” infelizmente já fazem parte de muitos debates políticos.

            A ironia desta aberração social é que se conseguirem expulsar todos os pobres de Porto Velho, a cidade simplesmente se acabará. Sobrariam pouquíssimos habitantes por aqui. E mesmo no Estado inteiro de Rondônia, quase não há pessoas ricas e abastadas para serem poupadas desta “solução final”. Expulsar os pobres de uma determinada região ou proibir-lhes de ir aonde quiserem é uma patologia social só vista durante o Nazismo quando Hitler e a sua camarilha instituíram as perseguições contra os judeus e a outras minorias. A perseguição sistemática e o assassinato de aproximadamente seis milhões de judeus pelo Estado nazista alemão e por seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial ficou historicamente conhecida como Holocausto. Se viver em Porto Velho e em Rondônia já era difícil em tempos normais, imagine-se com Hitler renascido.

            Rondônia precisa de sérias políticas públicas de inclusão social para resolver ou amenizar os seus problemas mais urgentes. Porto Velho, nem se fala! Na pior capital do Brasil para se viver falta tudo de que uma verdadeira e organizada cidade precisa. É muito difícil para um povo qualquer viver num lugar sem esgotos, sem água tratada e sem saneamento básico. A falta de uma boa mobilidade urbana assim como a violência social muitas vezes são frutos de pensamentos reacionários, conservadores e maldosos que propõem apenas o extermínio ou a expulsão de pessoas e não a busca de resoluções viáveis para abrandar e diminuir as suas necessidades. Pertencendo ao Norte ou ao Sul, o Estado Karipuna necessita de soluções que não sejam a solução final. Num país ainda indivisível, onde reina o Estado democrático de direito e as instituições ainda funcionam, seria bom que investigações fossem iniciadas para coibir tais absurdos. É duro ser pobre!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Extrema-direita, minha paixão!

Extrema-direita, minha paixão!

 

Professor Nazareno*

 

            No próximo ano haverá eleições. E eu quero me candidatar a um cargo político. Não interessa qual. Vou procurar um partido qualquer para que eu possa concorrer nas urnas. O negócio é ser eleito para poder colocar em prática tudo aquilo que penso e entendo ser o melhor para o meu povo, o meu Estado e também para o meu glorioso país. Sou e sempre fui orgulhosamente da extrema-direita e por isso, acreditei sempre no slogan “Deus, Pátria e Família”. Minha plataforma é muito singela: entendo que toda mulher deve ser submissa ao seu marido. Creio que muitas mulheres deveriam ser surradas pelo esposo toda vez que ousassem discordar dele. Ser a favor da violência conta a mulher é algo normal em nossa sociedade levando-se em conta que “tem muita mulher que merece apanhar”. E justifico: Deus fez primeiro o Homem e depois, de sua costela, fez a Mulher.

            O pensamento da extrema-direita, de um modo geral, sempre foi a minha paixão. Por isso entendo também que não deviam existir pessoas pobres em lugar nenhum do nosso país. Muito menos vivendo em nossa cidade. Todo morador de rua, por exemplo, deve ser expulso sistematicamente do lugar onde nós moramos e educamos a nossa família. Pessoas sem emprego, sem moradia fixa, enfim, pessoas “sem lenço e sem documento” não devem ter a dignidade nem o privilégio de se misturar conosco, que temos “horror a pobre”. Se eleito for, manterei fiscalização rigorosa tanto no porto quanto na rodoviária para impedir esse acinte, essa invasão descabida de gente “estranha” ao nosso meio. Todas as pessoas deviam viajar só de avião. É muito mais chique esperar pessoas num aeroporto do que em um barranco escorregadio ou num ônibus sujo e fedido.

            Eleito deputado estadual ou mesmo federal, eu coloco toda a minha família em empregos custeados pelo Estado. Minha esposa será a minha assessora direta com salário de 30, 40 ou 50 mil reais por mês. Meus filhos e até outros parentes mais próximos também serão beneficiados com empregos em meu gabinete. Detalhe: nenhum deles precisará ir ao trabalho. Receberão a grana em casa mesmo. Sei que muita gente invejosa pode até dizer que é nepotismo. Mas se for, não terá nenhum problema. Não serei o primeiro nem o último a fazer isso. Afinal de contas eu fui eleito e esses idiotas que ficam falando bobagens sequer foram candidatos. Como político da extrema-direita reacionária, eu também não gosto de índios e muito menos de pessoas negras. Se der, trabalharei incansavelmente para restaurar a escravidão. “Naqueles bons tempos todos trabalhavam”.

            Uma vez eleito, vou transformar todas as escolas públicas do Brasil em escolas militares, que é o único lugar onde reina a disciplina e o bom-senso. Comigo não haverá também esse negócio ridículo de direitos humanos e muito menos de respeito à natureza. Lutarei com força para desmatar toda a região amazônica. E desde que me entendo por gente sempre achei que “bandido bom é bandido morto”. Pregarei com força uma única religião, a cristã, e o Estado por aqui jamais será laico. Ensinarei que esse negócio de soberania nacional é bobagem. Todos deverão amar Israel e os Estados Unidos. Censura comigo não haverá, mas toda a mídia terá um certo controle. Comunismo? Nunca, jamais! Não vou me preocupar se algum indivíduo pobre, uma mulher ou algum negro se sentir injustiçado com as minhas medidas. Existem muitos pobres de direita neste país e todos sempre só votaram em candidatos que pensam assim como eu. Alguém votaria em mim?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Porto Velho, a “cidade-lixo”!

Porto Velho, a “cidade-lixo”!

 

Professor Nazareno*

                            

             Porto Velho, a eterna capital de Roraima, é a pior capital do Brasil em IDH. E muita gente sabe disto. Aqui nunca existiu qualidade de vida para os seus quase meio milhão de moradores e essa evitável desgraça já faz muito tempo. É uma espécie de maldição a que somos submetidos desde que este “arremedo de cidade” virou município ainda no distante ano de 1914. Somos muitos os habitantes desta maldita “currutela fedida” que pagamos anualmente vários tipos de impostos caríssimos para a prefeitura e tendo do poder público municipal praticamente nada de benefícios em troca. Este ano de 2025 mesmo, eu paguei ainda em janeiro a quantia de quase quinhentos reais só de TRSD, a Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares, uma espécie de imposto do lixo que se paga todo ano. Tributo este que deveria ser cobrado para recolher a imundície produzida aqui.

            O coitado do eleitor porto-velhense, que vota em toda eleição nestes políticos, não quer saber das brigas muito menos das demandas judiciais entre a empresa contratada para recolher o lixo e a prefeitura da cidade. O contribuinte é obrigado a pagar estes impostos e por isso quer ação do poder público e dos seus administradores. O lixo esparramado abunda na cidade e suja ainda mais o que já é sujo, porco e imundo. Porto Velho é um lodaçal fedido e promíscuo que envergonha praticamente a todos os seus desafortunados moradores. São mais de cem anos que se vive nessa latrina que parece não ter solução à vista. Entra prefeito e sai prefeito e nenhuma medida é apresentada. Somente a exposição inócua e deprimente nas redes sociais não vai trazer nenhuma solução para a pior capital do país em saneamento básico, limpeza urbana e água tratada.

           Seria muito bom que esta insalubre, inabitável, tosca e distante “curva de rio” tivesse somente esse problema do lixo para ser resolvido. As deficiências daqui são muitas e praticamente existem em todos os setores da administração pública. Porto Velho é um porto, mas não tem porto. Não é surreal esse absurdo? O barranco íngreme, sujo, liso e escorregadio está lá na beira do rio Madeira desafiando um prefeito que tenha a habilidade de resolver aquilo. Aliás, na beira do rio o que tem muito são urubus e ratos dando as boas-vindas a quem chega de barco a esta cidade. Com o lixo se acumulando pelas ruas, os urubus “fazem a festa”. Ratos, maruins, bichos-de-pé, percevejos, carapanãs e outras pragas urbanas habitam os vários igarapés contaminados ajudando dessa forma na desgraça coletiva. E Leonardo Barreto ainda não disse a que veio. Estamos é ferrados!

           Fato que era para ser discutido com muita seriedade: Porto Velho não devia mais ser a capital de Rondônia. Está localizada geograficamente muito longe de todos os outros municípios. E há cidades no interior do Estado que são muito mais limpas, organizadas e que poderiam ser uma verdadeira capital como Rolim de Moura ou Ji-Paraná. Esta capital já teve 111 anos para se organizar e até agora não deu certo em nada. Além do mais, a “currutela fedida”, por estar distante do centro geográfico de Rondônia, dificulta a vida de quem mora lá no Cone Sul, por exemplo. E quando será que Leonardo Barreto vai fazer pelo menos um metro a mais de rede de esgotos e aumentar o acesso da população daqui à água tratada? Em Porto Velho só falta mesmo é dar uma boa chuva de bosta. E os porto-velhenses que se preparem, pois a natureza, que também é muito agredida por aqui, já deu sinais de revolta com tornados e ciclones. Todo cuidado é pouco!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Os Estados Unidos do Brasil


Os Estados Unidos do Brasil

 

Professor Nazareno*

 

            Os países não têm amigos nem inimigos. Os países têm interesses”. Essa frase antológica do ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill dá a dimensão exata do que está acontecendo hoje nas relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. De um lado, está o polêmico presidente norte-americano, Donald Trump, republicano e expoente maior da extrema-direita mundial e do outro está o presidente do Brasil, o ex-metalúrgico, petista e socialista Luiz Inácio Lula da Silva. O Trump está governando o seu país pela segunda e última vez. Já Lula governa o Brasil pela terceira vez e segundo pesquisas divulgadas recentemente está cotadíssimo para ser reeleito no próximo ano. Muito mais do que a dicotomia entre direita e esquerda, os dois mandatários reúnem-se “para aparar arestas” impostas pelos EUA com relação às tarifas comerciais.

            Os Estados Unidos são hoje o segundo maior parceiro comercial do Brasil perdendo somente para a China. O nosso país, por sua vez, tem hoje um déficit comercial com os norte-americanos, que impuseram tarifas de até cinquenta por cento em muitos produtos brasileiros, inviabilizado dessa forma a normalização comercial entre as duas maiores democracias do mundo ocidental. Donald Trump pode ter imposto essas tarifas levando em consideração “alguns problemas internos” do Brasil, principalmente na área política. O julgamento e a já certa prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro é uma dessas questões internas. Ignorando a soberania brasileira, o presidente dos Estados Unidos tentou reverter algumas decisões do Supremo Tribunal Federal do Brasil em relação a algumas dessas questões. Trump não percebeu, mas pode ter dado um tiro no próprio pé.

            O Brasil é atualmente, ao lado dos Estados Unidos e da China comunista, um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Por isso, algumas tarifas impostas de forma unilateral, fizeram encarecer alguns produtos lá no mercado norte-americano. Há boatos de que a carne bovina, por exemplo, subiu em alguns estados americanos mais de 40% e o café também experimentou uma alta significativa. Muitos produtos exportados pelo Brasil para os EUA não têm mais condições de aguentar uma tarifa tão elevada. A saída foi buscar novos mercados como o Sudeste Asiático. E é exatamente o que o presidente Lula buscou fazer em sua recente visita àquela região. Vietnã, Indonésia, Malásia e a própria China sempre estiveram interessados nos produtos brasileiros. “Exportar sem as tarifas é um presente que nos caiu do céu”, disse um importante embaixador do Brasil.

            E Trump sentiu o baque nas bobagens que fez. Por isso, elogiou o discurso de Lula na ONU, tomou a iniciativa de ligar para o petista e mais recentemente concordou em se reunir com o nosso presidente esquerdista. O antes arrogante e prepotente Donald Trump pode ter entendido a máxima “rei morto, rei posto”. Assim, deve aceitar sem problemas a prisão de Bolsonaro e quem sabe até expulsar dos Estados Unidos os traidores da pátria Eduardo Bolsonaro e Paulo Renato Figueiredo, dentre mais alguns outros “patriotas de mentirinha”. O presidente norte-americano não gosta do Brasil e nem de Lula ou de Bolsonaro. Ele deve gostar dos Estados Unidos e do povo norte-americano. “Mas se sancionar o Brasil está dando problemas para eles, todas as tarifas devem ser retiradas imediatamente”, é o raciocínio mais elementar possível. Com relação a Lula, percebe-se que o maior cabo eleitoral do petista é o próprio filho do Bolsonaro. E o Trump também!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.



segunda-feira, 20 de outubro de 2025

E Porto Velho não alaga mais...

E Porto Velho não alaga mais...

 

Professor Nazareno*

 

            Está fazendo quase um ano que o senhor Leonardo Barreto se elegeu prefeito de Porto Velho depois que “dançou” freneticamente em uma poça de água da chuva lá no encontro das ruas Rio de Janeiro e Guaporé, próximas à zona leste da capital mais suja e imunda do país. Essa dança aconteceu na noite anterior às eleições que colocaram este paranaense de Foz do Iguaçu à frente da administração da cidade. Barreto foi eleito prometendo tirar Porto Velho das últimas colocações em IDH dentre as capitais do país. Um ano já se passou e até agora os habitantes locais continuam “bebendo água de bosta”, como observou uma das candidatas naquela campanha eleitoral. Há um ano, a capital tinha apenas 2,8 por cento de saneamento básico e 34 por cento de água encanada, apesar de ser banhada pelo enorme rio Madeira, um dos maiores rios do mundo de água potável.

            Dizer que Porto Velho já não alaga mais, é uma maneira que parte da mídia encontrou para adular o novo prefeito. Há, sim, ainda muitas áreas sensíveis que alagam com uma chuva mais intensa. Principalmente nas periferias da problemática cidade. O problema não foi resolvido. Hoje, a capital dos rondonienses ainda continua com os mesmos 2,8 de saneamento básico e quem quiser beber água por aqui tem que se valer dos poços cavados ao lado de fossas sépticas. Bosta líquida em fartura. Muito diferente de Foz do Iguaçu, Maringá e algumas outras cidades limpas, asseadas e com um IDH de fazer inveja a cidades do Primeiro Mundo.  Mas não sejamos tão injustos assim: a sujeira da cidade até que diminuiu um pouco. Mas só onde a vista alcança. Limpa-se em cima das ruas, mas a falta de esgotos encobre a sujeira e as estatísticas sobre qualidade de vida.

            Sem saneamento básico, Porto Velho jamais será uma cidade limpa. Além do mais, aqui nós temos ainda o “açougue” João Paulo Segundo, que faz as vezes de hospital de pronto-socorro envergonhando a todos os munícipes, apesar de que fazer um bom hospital não seja uma das atribuições do falante e “influencer” prefeito Barreto. Mas por que não se fala em construir um pronto-socorro municipal? Falemos também da falta de um porto decente no rio Madeira. Ir a Calama e a outros distritos do baixo Madeira é um sacrifício enorme. Não há porto rampeado e por isso tem-se que descer dezenas de degraus inseguros num barranco escorregadio e íngreme. Uma verdadeira via-crúcis. O prefeito não viu isso ainda? Por que o porto rampeado, doado pela Santo Antônio Energia, e que funcionou muito bem durante uns dois anos, tem que ser administrado por Manaus?

            Leonardo Barreto tem só um ano administrando a “currutela fedida”, dizem os seus defensores, mas os problemas são tantos e tão urgentes que precisavam ser atacados de imediato. Trazer Joelma para cantar e divertir seus admiradores e fãs não vai mudar em nada a realidade de ninguém. Nem trazer limpeza nas vias públicas. Porto Velho precisa de trabalhos sérios na sua infraestrutura e não só de “pão e circo”. Uma cidade violenta, sem árvores e com pouca ou nenhuma mobilidade urbana precisa deslanchar o mais rápido possível. Aqui até os voos no acanhado aeroporto local são escassos e também caríssimos. Outra vergonha absurda: pessoas viajam para Rio Branco e para Cuiabá se quiserem voos mais baratos. E os 200 milhões do Novo PAC? Dentre as 100 maiores cidades do Brasil, em 2025 somos a última em IDH, mas subimos uma posição em IPS, Índice de Progresso Social. Só ganhamos de Macapá. Coitados dos amapaenses!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Brasil: governos contra o povo

Brasil: governos contra o povo

 

Professor Nazareno*

 

            O Brasil tem exatos 525 anos de existência. De Pedro Álvares Cabral até Lula-3, jamais teve um governo que realmente governasse para o bem coletivo de todos os habitantes da nação. Nem de direita nem de esquerda. No período colonial, passando pelo Império e desembocando nas Repúblicas de Deodoro, Vargas e até hoje mesmo todos os governantes, sem exceção, só trabalharam para carrear o dinheiro do nosso trabalho e dos nossos impostos para a elite rica e abastada. O dinheiro e também mais privilégios. Desde a longínqua década de 1970 do século passado que o Brasil figura entre as dez maiores potências econômicas da atualidade, mas o IDH, que mede a qualidade de vida do povo, está beirando a 90ª posição. Somos hoje um dos países mais desiguais do mundo. A fome, a miséria e as dificuldades sempre foram aliadas de nossa gente pobre. Mas os ricos riem.

            Na verdade, os ricos brasileiros sempre riram e sempre moraram na Casa Grande, enquanto os pobres ficaram na Senzala e de lá não conseguem sair. Esses poucos ricos não sabem o que é fome, dificuldades e nem falta de dinheiro. A grande maioria da nossa população vive como nos países miseráveis da África Subsaariana. E essa triste realidade se espalha pelas 27 unidades da federação e pelos 5.570 municípios. Todos os poderes da nação sempre só trabalharam e ainda hoje só trabalham para enriquecer ainda mais os ricos e empobrecer quem sempre foi pobre, miserável e desassistido. Tolice achar que a esquerda luta e defende os pobres. Talvez ela faça uma “coisinha” a mais aqui e outra ali e dê mais “esmolas” do que a direita, geralmente rica e abastada. São elas a mesma coisa.

No Brasil, de um modo geral, todos os governos de direita e de extrema-direita não gostam dos pobres, enquanto os governos de esquerda mantêm a pobreza para que ela, a esquerda, possa continuar no poder. Alguém já viu um ministro de Estado ou uma alta autoridade, de qualquer governo nestes 525 anos, que já passou fome e dificuldades, por exemplo? Os três poderes têm autonomia e independência para governar melhor a nação. Mas são elitistas e ricos. No Judiciário, o Código Penal, o Código Civil e até a própria Constituição do país são armadilhas criadas só para punir o pobre. Vejam o 8 de janeiro, em que vândalos pobres depredaram os três poderes da nação. Até agora só os pobres foram julgados e muitos deles já estão presos. Qual o cidadão rico, que participou daquela infâmia, que está atrás das grades? E nem sequer os que incentivaram a baderna.

Já o Poder Legislativo, em todas as suas instâncias e jurisdições, é a caricatura mais debochada e diabólica de perseguição a todos os miseráveis espalhados pelo país. Se o Executivo usa o pobre para chegar ao poder e o Judiciário “se esquece” de punir os ricos e castiga praticamente só a população carente, o Poder Legislativo rouba na maior “cara de pau” tudo que o pobre produz para a nação. Privilégios? Somente para os legisladores do país. São rachadinhas, são desvios de emendas, são salários astronômicos, criação de leis absurdas e imorais, como a “PEC da Bandidagem”, e uma infinidade de outras falcatruas e privilégios que eles criam só para eles. Pior: somos nós, os pobres e miseráveis, que nas eleições colocamos todos os legisladores e todas as autoridades no poder. Vivemos eternamente a Casa Grande e Senzala e humilhados por quem devia nos defender. Por tudo isso “todo cidadão honesto devia se envergonhar do governo que tem”.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Tarcísio “enterra” o bolsonarismo

Tarcísio “enterra” o bolsonarismo

 

Professor Nazareno*

 

            Tarcísio de Freitas é um político carioca, mas no momento governa o Estado de São Paulo. É atualmente um cidadão da extrema-direita reacionária e bolsonarista de carteirinha. Talvez por isso, seus métodos e suas falas parecem ser iguais ao de seu guru, o “Mito” Jair Bolsonaro, ex-presidente que está inelegível e que recentemente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 27 anos de cadeia por tentativa de golpe de Estado. Todos os seus asseclas e cúmplices na fracassada empreitada também foram condenados e todos devem, antes do final do ano, serem presos. Durante a pandemia da Covid-19, o ex-presidente debochou dos milhares de mortos pela doença, imitou pessoas com falta de ar e disse a icônica frase: “eu não sou coveiro” quando um seu seguidor falou que os mortos pela doença já estavam superando os números da China.

            Com o seu negacionismo inconsequente e leviano, Bolsonaro pode ter sido o maior responsável pela propagação da doença em nosso país e também pela morte de mais de 700 mil cidadãos brasileiros ao negar a compra da vacina. Até agora, nada pagou por esta tragédia anunciada. E pior: deixou seguidores. Com o problema da intoxicação pelo Metanol no Brasil de 2025, principalmente na cidade de São Paulo, onde mais de 15 mortes já foram registradas, Tarcísio de Freiras, o insensível governador bolsonarista, deu uma entrevista e disse a seguinte monstruosidade: “no dia em que começarem a falsificar a Coca-Cola eu vou me preocupar”. Ou seja, ele não está preocupado com os, até agora, 15 mortos e mais de 200 intoxicados. Tarcísio de Freitas quer se candidatar à Presidência da República usando os mesmos métodos do ex-presidente, já derrotado no voto em 2022.

            Cansados da polarização na política, os eleitores brasileiros, de um modo geral, derrotaram Jair Bolsonaro nas urnas e esperam, a partir disso, que os futuros governantes fiquem longe da maléfica dicotomia ideológica direita X esquerda e governem para o bem de todos. Jair Bolsonaro não perdeu para o Lula em 2022. Ele perdeu para ele mesmo. Perdeu para a sua arrogância e para a insensibilidade que demonstrou com os governados. Condenado, dificilmente será preso e encarcerado. Hoje ele está em prisão domiciliar gozando de todos os privilégios em sua mansão com direito a todo o conforto que um ex-presidente pode usufruir. E ainda se fala que ele estaria sendo torturado. Só que essa “tortura” permite que ele tenha ar-condicionado até nos banheiros, banhos de piscina, segurança armada, comidas no iFood, televisão com mil canais e até colchão ortopédico.

            A monstruosidade da fala do governador de São Paulo sobre os mortos pelo uso do Metanol pode ter dado o tiro de misericórdia no bolsonarismo mau, arrogante e negacionista, assim como a possível aproximação dos presidentes Donald Trump e Lula em recente telefonema entre os dois mandatários. O excelente discurso do presidente do Brasil na última abertura da Assembleia Geral da ONU parece que também jogou um balde de água fria nas pretensões da extrema-direita reacionária em governar o Brasil pelos próximos quatro anos. Isso para não falar na aprovação na Câmara dos Deputados da PEC da Blindagem também jocosamente conhecida como a PEC da Bandidagem, em que a extrema-direita, com a ajuda de 12 votos de parlamentares petistas, votou em massa para aprovar a excrescência política. Meio milhão saíram às ruas e enterraram qualquer manobra. O Brasil não vai para a esquerda como muitos pensam. Só quer ética.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Porto Velho sem parabéns!

Porto Velho sem parabéns!

 

Professor Nazareno*

 

            Hoje, dia 2 de outubro, Porto Velho, a eterna e inabitável “Capital de Roraima”, está incrivelmente completando 111 anos de existência. Apesar das festas programadas, não há absolutamente nada para se comemorar na cidade mais porca, fedida, imunda e sebosa do Brasil. Dentre as 27 capitais do país, a “cidade das hidrelétricas” ostenta o último lugar em saneamento básico e em água tratada. Aqui se convive com menos de três por cento de esgotos sanitários e menos de 40 % de água encanada. Com mais de um século de sujeira e de desorganização, o lugar é uma curva de rio que nem de longe pode ser comparado a algumas cidades localizadas no sul e no sudeste do Brasil. A “capital do descaso” sempre foi mal administrada e por isso apresenta deficiências em quase todos os setores urbanos. Nunca, nenhum prefeito lhe deu ou lhe fez qualquer uma benfeitoria.

Só que além de suja, esquecida, distante, pobre e lodosa, Porto Velho também é muito brega. Seria, afinal de contas, uma cidade do “Brasil do Norte”, como disse Paulo Bilynskyj, deputado federal bolsonarista pelo PL de São Paulo. Ideologicamente é uma cidade estranha, totalmente fora de contexto, pois quase 70 por cento de seus eleitores apesar de serem pobres e miseráveis, são da extrema-direita que só elegem candidatos conservadores e reacionários. Aqui não há festa do padroeiro e as comemorações festivas acontecem geralmente fora de época. Agora mesmo, o dia 2 de outubro terá o feriado adiado para o dia seguinte somente por ser uma sexta-feira. Até as próprias autoridades locais muitas vezes não se interessam muito pela data de criação do município. O 4 de janeiro, por exemplo, que é uma data do Estado, já foi mudado várias vezes. Um absurdo!

O mesmo acontece como o arraial Flor do Maracujá. Uma festa junina sem santo, mal feita, sem nenhum sentido e que nunca teve data certa para acontecer na cidade. A breguice crônica de Porto Velho está também nas festas que a cidade tenta promover. Para esses 111 anos de aniversário estão dizendo que a Maria Fumaça, uma locomotiva velha, obsoleta, cheia de ferrugem, imprestável e ultrapassada vai dar o ar da graça. A festa matuta terá também um bolo com 111 metros de tamanho. Quanta criatividade, meu Deus! Quanta inovação na “cidade sebenta!. A breguice porto-velhense só não é maior do que a apresentação de uma cantora que foi escolhida a dedo para divertir a todos com suas músicas igualmente bregas e cafonas. Teremos festa na roça de novo. Deve ser a festa de aniversário mais bizarra já vista. Roberto, Caetano, Gil, Chico nunca viriam aqui.

Fala-se que o governo Lula, por meio do PAC 2, estará mandando mais de 200 milhões de reais para arrumar a cidade. Tomara que o prefeito “influencer” Léo Moraes faça alguma coisa com toda essa grana. Espera-se que ele construa pelo menos alguns centímetros a mais de saneamento básico e aumente um pouco o número de pessoas beneficiadas com água tratada. Em Porto Velho quase ninguém bebe água da torneira, coisa até normal em muitas outras cidades do país. Mauro Nazif fez um inesquecível Natal com pneus velhos envergonhando a todos os munícipes. Hildon Chaves disse que ia beijar, abraçar e acariciar a cidade. Não teve coragem. Já o atual prefeito, praticamente se elegeu por que “dançou” numa poça de lama lá na rua Guaporé com a Rio de Janeiro antes das eleições. Porto Velho é uma prostituta velha e abandonada, uma capital sem eira nem beira, uma currutela fedida. Parabéns, nada! Meus pêsames! Pena de seus moradores!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Uma Porto Velho sem fumaça?

Uma Porto Velho sem fumaça?

 

Professor Nazareno*

 

            Estive ausente de Porto Velho durante quase três meses deste ano. Entre o começo de julho e o final de setembro, estive fora daqui. Não quis “pagar para ver” a repetição do Armagedon que se instalou em terras karipunas naquele verão de 2024 com toneladas de fumaça tóxica e fuligem. Por conta das queimadas, quase fui à lona com rinite alérgica, sinusite, bronquite, taquicardia e alguns outros males. Fiquei na cidade de São Paulo, na Argentina, em Curitiba no Paraná, em Santos, Praia Grande e em outras cidades mais civilizadas, limpas e aconchegantes quando o assunto é o respeito ao meio ambiente, ao clima e ao alto IDH. Parece que gastei dinheiro à toa, pois pela primeira vez na História, a pior capital do país para se viver não registou um só dia de fumaceira nem de fogo no que ainda resta de floresta. Ventos de modernidade sopraram na “Capital da Seboseira”?

            Mesmo vivendo na comodidade de tantos lugares incomuns e muito agradáveis, acompanhei de perto a situação vivida neste fim de mundo rondoniano. “Professor, os céus de Porto Velho neste verão de 2025 continuam fazendo justiça ao triste, feio, hipócrita e horroroso hino do Estado” é o que diziam os meus interlocutores. Voltei imediatamente para constatar essa grande e surreal surpresa ambiental. Os rondonienses estão preservando a floresta amazônica por vontade própria e por conscientização ecológica? Não é possível! Bastou eu sair só uns dias daqui para que essa gente destruidora de meio ambiente tomasse juízo? Porto Velho e Rondônia serão, de agora em diante, lugares bons para se viver? Quem será o responsável ou os responsáveis por este avanço pouco esperado nesta currutela fedida e imunda? Léo Moraes já disse que foi ele.

            Mas é obvio que não foi. Todo mundo sabe que essa fumaça que sempre nos castigou é estadual e até nacional. O prefeito fala muito. Só não dá um pio sobre a questão do saneamento básico e da água tratada da cidade que ele administra. Segundo o Instituto Trata Brasil continuamos no último lugar no Brasil em saneamento básico dentre as cidades com mais de cem mil moradores. Por isso, a tarefa do prefeito Léo é hercúlea para transformar Porto Velho em uma Maringá, Curitiba, Londrina ou até mesmo numa Foz do Iguaçu. Estive semana passada em Maringá, interior do Paraná, que é a melhor cidade do Brasil para se viver. A cidade paranaense tem quase o mesmo número de habitantes de Porto Velho, é bem mais nova (tem só 78 anos contra os 111 anos daqui) é muito arborizada e tem um IDH de fazer inveja às melhores cidades do Primeiro Mundo.

            Mas se não foi o Léo Moraes que acabou com a fumaça de Porto Velho só podem ter sido os deputados federais e os senadores de Rondônia. Isso sem falar nos probos, honestos, competentes e trabalhadores vereadores da capital. Sim, pois sendo quase todos eles bolsonaristas, conservadores, reacionários e também da extrema-direita é claro que estão preocupados com o meio ambiente e com dias melhores para os seus coitados eleitores. E até São Pedro tem ajudado nestes dias, pois as chuvas já estão chegando em setembro quando o normal seria outubro. Claro que o único problema da “Capital de Roraima” não é só a fumaça. O “açougue” João Paulo Segundo, por exemplo, continua envergonhando os políticos. Isso se eles tivessem vergonha, né? Assim como a falta de mobilidade urbana e a violência social. E eu só continuo a morar por aqui se tiver fumaça. Eu até gostava de ver aquelas dragas de garimpo “matando o Madeira. Céu azul cansa!

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.